sábado, maio 12, 2007

O fio dos dias

Às vezes interrogo-me onde vou buscar tanta serenidade na espera, como é que ainda acredito que posso cruzar a realidade com a perfeição, de onde vem toda esta luz que me transforma num farol e faz com que chegues sempre são e salvo, sem nunca, por uma vez que seja, te enganares no caminho. É que o amor, que às vezes também se engana, há outras em que acerta sem precisar do relógio, e quem sabe se nós não acertámos no tempo, no espaço e no modo, como fazem os nossos corações quando me encostas à parede e eu vejo tempo parar, suspenso num eternidade só nossa que me faz pensar que afinal valeu a pena esperar tanto tempo por ti. Por isso a espera é quase nada e quase tudo, é a tua imagem no ar, a tua luz no escuro, um fio firme e esticado que me vai guiando pela vida...


A espera é só o tempo de deixar crescer aquilo que há de ser. E é sempre pouco, quando se tem tanto para dar e receber...



Margarida Rebelo Pinto

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