sábado, março 31, 2007

www.umamoratrevido.blogspot.com

" Um ano. Um ano cheio de fins, em que todos os dias te esqueço. Um ano cansado de ouvidos e de dedos à escuta, na mira de um suspiro teu, de um relance foragido, de um sopro. Um ano repleto de palavras minhas e parco em palavras tuas, de memórias brumosas, como fantasmas de piratas no nevoeiro, sem rumo. Um ano de um querer solitário e a noção risível de quão patético é o amor de um lado só. Inevitável, avassalador, incumprido, no seu silêncio emparedado. Sempre a fingir que não é nada, que não foi nada. Caíram, entretanto, muitos factos sobre mim, coisas, chatices, conteúdos programáticos: encheram-me até cima, até toda eu ficar ocupada em trabalhos, até o meu último fio de cabelo ficar com a agenda preenchida. Não adiantou: um ano, dois anos, dez anos, nunca deixarei de pensar em ti, de te querer e de fazer caber um bom bocado de ti dentro de mim. Mas não to digo, nem pensar: não suportaria que me olhasses com a estranheza e a perplexidade dos indiferentes, como se olha um maluco desdentado que nos pedincha um cigarro na rua..."



Apenas uma das muitas razões porque adoro este blog...

segunda-feira, março 26, 2007

Insomnia

A princípio pensei que estavas ali apenas para uma volta no carrossel, nada mais que isso, mas tu foste ficando e o parque foi ficando cada vez mais vazio até ficarmos só nós dois...
A cada volta que davas eu relembrava cada momento que tinha guardado em mim...
Os teus cabelos ao vento, o teu sorriso, os teus olhos, as tuas mãos,a tua voz, as tuas complicações (e as minhas, claro), as nossas conversas...
Quero que saibas que vivi todos os momentos como se nunca mais acabassem...
Mas acabaram... As luzes apagaram-se e a música parou... tu desapareceste...
Senti frio como quando se deixa uma janela aberta no Inverno e parece que todo o frio da rua se concentra naquela pequena abertura para nos chatear...
Hoje não importa a tua ausência porque eu sei, acredita que sei mesmo, que embora invisível, amanhã vais estar aqui comigo...
J.M.

quarta-feira, março 21, 2007

Tiago Bettencourt

(...)

Depois vem a altura em que se quer tudo outra vez.

Tal e qual. Antes de se ser adulto ou coisa parecida.

Sabes que nunca se volta a ser o que se era.

Porque o tempo tem instrumentos de tatuar

e o segundo não volta igual.

Guarda-se tudo numa caixinha... pequena

Que se abre de vez em quando

e volta-se a noção que no presente.

Quer-se tudo outra vez...

Nenhum Olhar - José Luis Peixoto

“Mulher. As promessas. O rosto. Nunca te menti. Se te disse o céu, era o céu; se te disse sol ou água, era sol ou água; se te disse manhã, era a manhã dos teus olhos a enganar-me. Sem que os teus olhos me enganassem. O engano de uma manhã que nasceu nos teus olhos. Sonhámos. Sonhámos e fomos cegos. E não tenho medo da palavra amor. Não tenho medo das palavras. Vê como digo morte: morte morte morte morte morte. Repito-a assim e roubo-lhe o sentido. Roubo morte à morte. Roubo trevas e solidão. Morte morte morte morte morte. Não tenho medo das palavras. Torno a ver os teus olhos diante dos meus, manhã, e quero que esta seja a nossa última palavra: amor.”

segunda-feira, março 19, 2007

Experimenta!






Apetece-me beber-te a conta-gotas...


corpodormente.blogspot.com



quinta-feira, março 15, 2007

Closer


Where is this love?
I can't see it.
I can't touch it.
I can't feel it.
I can hear it.
I can hear some words,

but I can't do anything with your easy words...

Moulin Rouge


I hope you don't mind I hope

You don't mind

That I put down in words...


How Wonderful Life is Now you're in the world

sexta-feira, março 09, 2007

Em vez de um email...


Da próxima vez envia uma carta pelo correio a alguém...

...é bom receber cartas...

...é bom guardá-las numa caixinha...

...é mto bom abrir essa caixinha e reler uma carta tempos mais tarde!

quinta-feira, março 08, 2007

...Apetece-me encontrar-te de novo no caminho...

sábado, março 03, 2007

O Silêncio - Eugénio de Andrade

Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,

e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,

quando azuis
irrompem os teus olhos

e procuram
nos meus navegação segura,

é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,

pelo silêncio fascinadas...