sexta-feira, julho 16, 2010

Caminhos paralelos!

Encontrasse eu um caminho paralelo ao teu,
Houvesse em mim um atalho secreto,
Fosse eu um olhar discreto que nunca te trespassasse.
Fossem os nossos passos duas danças distantes,
Distintas e errantes, numa peça que nunca estreasse...

Fosse a distância uma grandeza constante,
Fosse o meu não um soneto sonante,
Fosse o meu caminho um espelho invertido do teu
E encontrasses tu um caminho paralelo ao meu...

Fôssemos linhas semi-rectas, não meio ténues ou semi-castas,
Fôssemos ausências concretas, não meio curvas ou semi-gastas,
Fôssemos espaços imiscíveis, longíquos no tempo e pelo tempo temíveis...

Encontrasse eu um caminho paralelo ao teu,
Onde pudesse abrir os braços e os rodar na imensidão,
Sem que tocasse nos teus braços antigos e gigantes,
Esboçados perfeitos e em sombra no chão.

Construísse eu uma imponente muralha
Nos jardins da alma, onde cresce a emoção
E não deixasse que entrasses e lá dormisses de novo
E não sonhasse e errasse e te inventasse de novo...

Nos caminhos paralelos do coração,
Bastasse só não dar-te a mão...


JLD

Não é subestimar mas sinto que às vezes não consigo medir a tua grandeza...

2 comentários:

Pintas nos Olhos disse...

Podes crer. Sinto o mesmo por vezes. O poema é lindíssimo. Mas é do NOSSO JD :) com ou sem medidas certas tiradas. Sabe bem não?

Unknown disse...

Overwelming