Encontrasse eu um caminho paralelo ao teu,
Houvesse em mim um atalho secreto,
Fosse eu um olhar discreto que nunca te trespassasse.
Fossem os nossos passos duas danças distantes,
Distintas e errantes, numa peça que nunca estreasse...
Fosse a distância uma grandeza constante,
Fosse o meu não um soneto sonante,
Fosse o meu caminho um espelho invertido do teu
E encontrasses tu um caminho paralelo ao meu...
Fôssemos linhas semi-rectas, não meio ténues ou semi-castas,
Fôssemos ausências concretas, não meio curvas ou semi-gastas,
Fôssemos espaços imiscíveis, longíquos no tempo e pelo tempo temíveis...
Encontrasse eu um caminho paralelo ao teu,
Onde pudesse abrir os braços e os rodar na imensidão,
Sem que tocasse nos teus braços antigos e gigantes,
Esboçados perfeitos e em sombra no chão.
Construísse eu uma imponente muralha
Nos jardins da alma, onde cresce a emoção
E não deixasse que entrasses e lá dormisses de novo
E não sonhasse e errasse e te inventasse de novo...
Nos caminhos paralelos do coração,
Bastasse só não dar-te a mão...
JLD
Não é subestimar mas sinto que às vezes não consigo medir a tua grandeza...
2 comentários:
Podes crer. Sinto o mesmo por vezes. O poema é lindíssimo. Mas é do NOSSO JD :) com ou sem medidas certas tiradas. Sabe bem não?
Overwelming
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